Essa foi a manhã seguinte, com meu filho vivo
Pensei muito em como
introduzir o tema Criação com Apego no blog, a responsabilidade me parece (e é)
muito grande. Fiz pelo menos três textos e nenhum me pareceu o ideal, apenas
este:
Deixarei de lado no momento a definição do nome para falar do momento que,
naturalmente, descobri a criação com apego sem ao menos saber de sua
existência. Ser mãe sempre foi meu sonho, e eu o realizei antes do que previa,
fui mãe aos 21 anos. Lia horrores sobre parto, porque de alguma forma entendia
que ser mãe era algo que se aprendia dia-a-dia, isso claro, entre o estágio e a
faculdade. Decidi e fui muito apoiada pelo meu até então namorado (o maridão),
seria parto normal, por "N" vantagens que já devem ter lido em outras
postagens aqui mesmo, mas não de minha autoria. Mas voltando... com 42 semanas
o dia chegou, a bolsa estourou. Vivaaa! Sentia um medo e alegria gigantescos.
Corremos ao hospital, público, sabia que lá as possibilidades de uma cesária
seria quase nula, pelo menos foi o que disseram no curso desse mesmo hospital.
Eu tive uma cesária, prometo que contarei como em outra oportunidade. Como
devem saber fiquei absurdamente drogada, no meu caso ainda mais do que
imaginam, do pescoço pra baixo não sentia nada. Eis que após horas me levam ao
quarto e me trazem meu príncipe, o bebê mais lindo que vi no mundo, o meu! Ao
meu lado havia um bercinho, me foi recomendado que o bebê após as mamadas e
arrotas devia ir para o berço. Como assim? Demorei longos 42 semanas para tê-lo
em meus braços e ter que deixar ele ali? E se acontecesse algo? Engoli seco e
concordei com a enfermeira, pelo menos foi o que ela pensou. Amamentei na maca,
o fiz arrotar e ele dormiu, consequentemente eu também adormeci, com ele em
meus braços, ali do meu lado. Lembro de não sei quanto tempo depois acordei
sentindo a enfermeira querendo tirá-lo de meus braços, acordei como se jamais
tivesse pego no sono a vida inteira. Falei que estava acordada, e ela insistia
que como eu estava dopada devido a cesária poderia dormir, derrubar meu filho
da maca, virar e matar o pequeno, e outras barbaridades que jamais se deve
dizer a uma mãe, ainda mais nessas condições. Todas as palavras dela me
revoltaram de tal forma que resolvi bater o pé, meu filho dormirá comigo na
maca, tive ainda que me responsabilizar caso algo acontecesse a ele, e o fiz.
Na noite desse mesmo dia aconteceu algo, que até hoje choro de lembrar, meu
bebê mamou, arrotou e dormimos juntos. Não me lembro a que horas da madrugada
acordo sentindo um levíssimo movimento nos meu braços, meu filho estava engasgado,
não tossia, não emitia som algum, estava ficando roxinho, se quer daria tempo
de gritar por socorro. Eu mesma o virei bati de leve, com a mão em concha de
baixo ´para cima nas costa do meu filho, morrendo de dor pelos pontos, fraca
devido a cesária. Ele golfou, e foi voltando a cor normal. Chorrei, chorrei
como criança sabendo que se ele não estivesse na minha maca, ao meu lado, em
meus braços eu jamais o sentiria se mexer sem ar e poderia perder o meu bem
mais precioso. Quando conheci a criação com apego já praticava a cama
compartilhada, o interessante é que a maioria dos pais se identifica com ela,
na maioria das vezes exatamente por causa da cama compartilhada, e assim foi
comigo. Espero poder contribuir com os princípios e benefícios desse modo
natural de criar, porque apegar-se faz bem.